BR-324: Promessas, descaso e a eterna espera por soluções

Há décadas, a BR-324, principal via de ligação entre Salvador e o interior da Bahia, é palco de promessas não cumpridas, críticas políticas e um descaso que penaliza milhares de baianos. O depoimento do empresário Mauro Cardim escancara uma realidade conhecida por quem depende diariamente da rodovia: a falta de ação dos governantes, independentemente de partido ou posição política.
As promessas que nunca saem do papel
Ao longo dos anos, diferentes gestores — do PT, do DEM, do PP e de outras legendas — prometeram duplicar a BR-324, melhorar a fiscalização e reduzir os constantes engarrafamentos e acidentes. No entanto, pouco foi feito. Como questiona Cardim: “Será que esses caras, durante 40 anos, não tiveram tempo de criar mais duas pistas na BR-324?”
A rodovia, vital para o escoamento de produção e o deslocamento de trabalhadores, continua com trechos perigosos, sinalização deficiente e infraestrutura defasada. Enquanto isso, políticos de todos os espectros usam a BR-324 como cenário para campanhas, gravando vídeos denunciando os problemas — os mesmos problemas que nunca resolveram quando estiveram no poder.
“Farinha do mesmo saco”: O jogo político que engana a população
A crítica de Cardim vai além das gestões específicas e aponta para um sistema político que se retroalimenta. “Os nomes são os mesmos, quem comanda a Bahia hoje são os mesmos de sempre”, afirma. Famílias tradicionais da política baiana, com avôs senadores, governadores e prefeitos, continuam no comando, mas a população não vê melhorias concretas.
O ciclo é conhecido: em ano eleitoral, a BR-324 vira prioridade na retórica dos candidatos. Depois das eleições, as promessas esfriam e o descaso volta. Enquanto isso, motoristas, pedestres e moradores do entorno seguem pagando o preço — com tempo perdido no trânsito, gastos extras com manutenção de veículos e, principalmente, com o risco constante de acidentes.
Quem responde pelo atraso?
A pergunta que fica é: por que, em tantos anos e tantos governos, a BR-324 não foi duplicada? Por que projetos anunciados com pompa nunca saem do papel? A resposta, segundo Cardim, está na falta de cobrança efetiva e no jogo de empurra entre aliados e oposição.
“Alguns já foram deputados federais, já foram prefeitos da capital e fizeram o quê? Nada”, destaca. A crítica serve para todos os lados: seja o PT culpando “heranças do passado”, seja a oposição atacando o governo atual, o resultado é o mesmo — inação.
O que esperar daqui para frente?
Com 2025 sendo um ano eleitoral, é certo que a BR-324 voltará ao centro dos discursos. Mas a população já demonstra cansaço do teatro político. O desafio agora é pressionar para que as promessas se transformem em ações — e cobrar transparência sobre prazos e investimentos reais.
Enquanto isso, os baianos continuam esperando — e pagando o preço de uma política que, até agora, só serviu a si mesma.
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