O Desabafo de Mauro Cardim e a Crise na Gestão Pública da Bahia

A fala inflamada do empresário Mauro Cardim sobre o governador Jerônimo Rodrigues (PT) não é apenas um ataque político, mas um reflexo do descontentamento generalizado que muitos baianos sentem em relação à gestão estadual. A crítica direta e contundente expõe problemas reais: a precariedade do serviço público, a falta de transparência em contratos como o Planserv e a sensação de abandono por parte dos servidores que dependem de um sistema de saúde que não funciona.
O cerne da questão levantada por Cardim é a ineficiência administrativa. Quando hospitais de referência, como o Santa Isabel e o Português, deixam de atender servidores públicos – muitos deles com anos de dedicação ao estado –, há algo profundamente errado na condução das políticas de saúde. A escolha de uma empresa paranaense para gerir o plano de saúde dos baianos, sem explicações claras aos contribuintes, só alimenta suspeitas de má gestão ou até mesmo de favorecimento político.
Além disso, a crítica de Cardim vai além da saúde: é um desabafo sobre a Bahia estar mergulhada em crises múltiplas – violência descontrolada, educação em colapso e serviços públicos falidos. Se o governador Jerônimo Rodrigues quer provar que não é um “tampão político”, como acusa Mauro, precisa agir com urgência. Não basta discurso ou articulação partidária; é preciso entregar resultados.
O tom de Cardim pode ser questionável, mas é sintomático de um eleitorado cansado de promessas vazias. Se o governo não reagir, a ameaça de derrota nas próximas eleições deixará de ser apenas retórica e se tornará realidade. A Bahia merece mais do que incompetência e politicagem; merece gestores que, de fato, tirem “a bunda da cadeira” e trabalhem.