“Atendimento na saúde de Salvador: até quando?”

Meus amigos de Salvador, a situação da saúde pública na cidade é, no mínimo, desoladora. Quem depende dos postos de saúde sabe bem do que estou falando. No Centro de Saúde do Vale dos Lagos, por exemplo, a população é recebida com uma sucessão de desculpas esfarrapadas: um dia não tem auxiliar para aplicar vacina, no outro, o sistema está fora do ar. Enquanto isso, o cidadão gasta dinheiro suado com transporte, perde tempo e paciência, e volta para casa sem o atendimento que deveria ser garantido como direito básico.
É revoltante. Enquanto vereadores e o prefeito Bruno Reis se ocupam com politicagens, passeatas e brigas ideológicas, o povo sofre com a falta do essencial. Uma senhora de quase 90 anos, frágil, precisa se deslocar mais de uma vez porque o poder público não consegue organizar algo tão simples como uma campanha de vacinação. Cadê a prioridade? Cadê o respeito?
E não venham com essa historinha de “prefeito bem avaliado com 78%”. De onde saem esses números? Certamente não das filas intermináveis nos postos, nem dos corredores superlotados de hospitais, muito menos da boca de quem é humilhado diariamente por um serviço que não funciona.
A verdade é que o sistema político de Salvador está doente — e a cura passa longe dos discursos. Enquanto governadores e prefeitos vivem de empréstimos bilionários, a população fica em segundo, terceiro, quarto plano. É bala perdida num dia, falta de profissional no outro, sistema quebrado no seguinte. Quando sobra grana, some a competência.
Até quando, prefeito? Até quando, vereadores? A saúde não pode esperar. Salvador merece mais do que migalhas de atenção. Chega de desculpas. O povo precisa de respostas — e de vacinas.
Mauro Cardim