A DERROCADA ANUNCIADA: Quando a imprensa e as autoridades fingiam não ouvir

A DERROCADA ANUNCIADA: Quando a imprensa e as autoridades fingiam não ouvir

Não é de hoje que venho soando o alarme na “LINHA DO BEM” (SPTV). Enquanto a grande mídia tratava Daniel Vorcaro como um “forasteiro” inovador e o sistema financeiro tradicional torcia o nariz com desdém, minha voz ecoava nas redes sociais alertando: o Banco Master era um castelo de cartas prestes a desmoronar. A Operação Compliance Zero e a liquidação do banco pela autoridade monetária não são uma surpresa. São a triste, previsível e custosa confirmação de tudo que denunciei.

Há meses, mostrei os números que não fechavam, a expansão meteórica e artificial, os CDBs com rendimentos obscenamente altos para serem verdadeiros. Enquanto os “tubarões” da Faria Lima viravam as costas, eu apontava para a máquina de fraudes que se armava. Não era perspicácia. Era jornalismo. Era olhar para os fatos sem o filtro do conluio ou do medo de nomear os poderosos envolvidos.

E quais fatos eram esses? A teia baiana que sempre foi o epicentro dessa operação. Jaques Wagner e seu grupo político não são coadjuvantes nessa história; são peças centrais no respaldo e na guarida que Vorcaro encontrou para erguer seu império de areia. O ex-sócio Augusto Lima, bem relacionado no núcleo petista baiano, foi a chave que abriu as portas do poder para o banqueiro. A derrocada agora confirma o que eu já dizia: Vorcaro não era um “outsider”. Era um insider do baixo clero político, um financiador de campanhas que comprava não apenas jatinhos, mas também influência.

A tentativa desesperada de vender o Master ao BRB, banco controlado pelo governo de Ibaneis Rocha – outro aliado do centrão –, escancara a trama. A articulação no Congresso para enfraquecer o Banco Central, a pressão sobre o presidente Galípolo, o projeto de lei retaliatório… Tudo isso foi a última cartada de um esquema acuado, que eu já havia exposto em suas linhas gerais. Eles tentaram dobrar a instituição, mas a teia de mentiras já era grande demais para ser contida.

Agora, a conta chega para todos nós. Os R$ 41 bilhões do FGC, dinheiro de todos os bancos – e, no fim, de toda a sociedade –, vão tapar o buraco deixado pela ganância de Vorcaro e pela conivência de seus apadrinhos políticos. E o que dizer dos fundos de pensão, como a Rioprevidência, que apostaram fortunas dos servidores nesse cassino? A pergunta que não quer calar, e que faço há tempos, é: qual o real papel de Jaques Wagner, Rui Costa e seu grupo nisso? O governo da Bahia deve explicações urgentes e transparentes sobre sua íntima relação com esse esquema fraudulento.

A lição que fica, mais uma vez, é amarga. O caso Master é a repetição de um roteiro velho: um aventureiro financeiro, uma legião de políticos ávidos por recursos e um sistema de controle que, muitas vezes, acorda tarde. Desta vez, porém, havia vozes alertando. Minha voz foi uma delas. Ignoraram-nas, talvez por desconforto, talvez por interesse.

A prisão de Vorcaro é um começo, mas não é o fim. O verdadeiro combate à corrupção exige que se cortem os tentáculos que sustentaram esse polvo. É preciso investigar até o fim os fios que ligam o Master ao poder na Bahia e em Brasília. O povo, mais uma vez lesado, exige e merece respostas. E eu, seguirei aqui, na “LINHA DO BEM” (SPTV), fazendo a pergunta que muitos temem fazer: Quem, de fato, guarneceu e respaldou a fraude?

missao

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