Opinião: A Câmara de Salvador precisa de prioridades, não de militância disfarçada

Opinião: A Câmara de Salvador precisa de prioridades, não de militância disfarçada

Algumas figuras da Câmara Municipal de Salvador, que deveriam preservar um espaço de debates sérios sobre os problemas reais da cidade, parecem estar cada vez mais preocupadas em promover um palco de militâncias desconectadas da realidade. Primeiro, tivemos a vergonhosa tentativa de emplacar o “Dia da Prostituta” – proposta pela irmã do governador Jerônimo Rodrigues – que, felizmente, não vingou. Agora, surge outra vereadora querendo pautar “racismo ambiental”, enquanto a população sofre com a falta de segurança, saúde precária e ruas esburacadas.

O Que É Prioridade Real para Salvador?

Enquanto alguns vereadores e assessores se perdem em discussões ideológicas, os moradores da capital baiana clamam por soluções práticas:

  • Segurança pública (Salvador tem índices alarmantes de violência) – Homicídios: Em 2024, a Bahia registrou 4.221 homicídios, sendo Salvador uma das cidades mais violentas do país. O estado tem a 3ª maior taxa de mortes violentas do Nordeste (Fórum Brasileiro de Segurança Pública). Roubos e Furtos: Dados da SSP-BA mostram que, apenas em 2025, Salvador já registrou mais de 15 mil roubos (veículos, celulares e estabelecimentos).
  • Infraestrutura urbana (asfalto, iluminação, saneamento): Asfalto: Mais de 30% das vias de Salvador têm problemas graves de pavimentação, segundo a Prefeitura. Bairros periféricos são os mais afetados. Iluminação Pública: Cerca de 15% dos postes estão inoperantes, deixando áreas escuras e perigosas (dados da Coelba/PMS, 2024). Saneamento Básico: Quase 40% dos soteropolitanos não têm coleta de esgoto adequada (SNIS 2023). A Bahia é um dos piores estados em tratamento de água e esgoto.
  • Empregos e economia (o desemprego ainda assola milhares de famílias): Taxa de Desemprego: A Bahia tem 10,4% de desempregados (IBGE, 1º trimestre de 2024), acima da média nacional (7,9%). Renda Média: O trabalhador baiano recebe R$ 1.842/mês, um dos menores valores do país. Economia Parada: Salvador teve um crescimento pífio de 0,7% em 2023, abaixo da média nacional (2,9%).

O suposto “racismo ambiental” pode até ser um tema relevante em algum contexto acadêmico, mas não é o que tira o sono do cidadão comum. Será que não há problemas mais urgentes para serem discutidos na Câmara?

E o Papel da Jornalista? Cobrir, Não Militar

Outro ponto que chama atenção é o comportamento de certos jornalistas que cobrem a Câmara. A função da imprensa é informar com isenção, não fazer ativismo político. Se a profissional começa a opinar, a quem ela pretende influenciar? Aos vereadores? À população? Se quer militar, que se candidate a um cargo político.

presidente da Câmara precisa colocar ordem na casa. Se os próprios vereadores já se perdem em pautas inúteis, imagine se a imprensa que deveria fiscalizá-los começa a fazer militância? É o fim da linha.

A Câmara Municipal não é um laboratório de ideologias. É um espaço que deveria servir ao povo, com debates que realmente impactem a vida das pessoas. Se os vereadores não têm capacidade de priorizar o que importa, talvez seja hora de a população lembrá-los nas urnas.

Enquanto isso, Salvador continua afundando em problemas básicos, e alguns parecem mais preocupados em discutir pautas de nicho do que em resolver o que realmente importa. Chega de palhaçada. A cidade merece respeito.

Cabral

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *