Revitalização da orla de Maceió como case para Lauro de Freitas

Revitalização da orla de Maceió como case para Lauro de Freitas

A revitalização da orla de Maceió, particularmente o trecho da Praia de Ponta Verde, é amplamente considerado um dos projetos urbanísticos de maior sucesso recente no Nordeste. Tornou-se um cartão-postal e um exemplo de como um espaço público bem planejado pode gerar valor social, econômico e ambiental.

O projeto, executado em fases pela Prefeitura Municipal de Maceió (PMM), teve como principais objetivos:

  • Integração: Conectar a cidade ao mar, eliminando barreiras visuais e físicas.
  • Acessibilidade Universal: Garantir acesso seguro e confortável para todos os cidadãos, incluindo pessoas com mobilidade reduzida.
  • Qualidade do Espaço Público: Criar um ambiente atrativo para a prática de esportes, caminhadas e convívio social.
  • Drenagem e Sustentabilidade: Implementar soluções de drenagem urbana e paisagismo sustentável.
  • Dinamismo Econômico: Fomentar o comércio local, o turismo e valorizar os imóveis do entorno.

A orla de Maceió apresenta um conjunto de mobiliários de alta qualidade e durabilidade, essenciais para o sucesso do projeto:

  • Pisos e Calçadas: Utilização de piso intertravado permeável em vastas áreas, que auxilia na drenagem da água da chuva e oferece maior conforto térmico e resistência. Trechos com piso podotátil para orientação de pessoas com deficiência visual.
  • Ciclovia e Via de Pedestres: Faixas bem definidas e sinalizadas, segregando o fluxo de ciclistas e pedestres, com piso diferenciado (colorido ou em concreto stampado).
  • Iluminação: Sistema de iluminação em LED moderno e eficiente, com postes de design contemporâneo. A LED garante maior luminosidade, menor consumo de energia e maior vida útil.
  • Equipamentos de Lazer: Academia ao ar livre com equipamentos de metal resistente, parquinhos infantis com pisos de borracha de segurança (emborrachado).
  • Conforto e Estética:
    • Bancos: Bancos de concreto com ripas de madeira plástica ou de madeira de lei tratada (ex.: Ipê), resistentes à intempérie e ao vandalismo.
    • Lixeiras: Modelos de metal ou com estrutura de concreto, frequentemente acopladas a coletores para recicláveis.
    • Quiosques e Food Parks: Estruturas padronizadas e modernas para comércio de alimentos e bebidas, organizando a oferta de serviços.
    • Paisagismo: Vegetação nativa e de restinga, adaptada ao clima salino, com baixa necessidade de manutenção hídrica. Canteiros elevados com forrações e palmeiras.
    • Showers e Biombos: Chuveiros para banho e estruturas de bambu ou madeira para criação de microclimas e privacidade.

Obter o valor exato do investimento total é complexo, pois a obra foi feita em etapas ao longo de alguns anos. No entanto, buscamos informações com gestores locais e licitações públicas, de forma que conseguimos ter uma boa estimativa.

  • Investimento Total (Estimado): Informações dão conta de investimentos totais na casa dos R$ 40 a R$ 60 milhões para os diversos trechos revitalizados (Ponta Verde, Pajuçara, e parte de Jatiúca). O trecho mais emblemático (Ponta Verde) certamente concentrou a maior parte desse investimento.
  • Custo por Metro Linear (Estimado): Considerando um trecho de aproximadamente 3 km (3.000 metros) e um investimento conservador de R$ 40 milhões, chega-se a um custo médio de R$ 13.300,00 por metro linear. Este valor é um indicador crucial para replicação.Importante dizer que este valor inclui:
  • Projeto executivo e gestão.
  • Serviços de terraplanagem e infraestrutura (drenagem, elétrica, água).
  • Todos os mobiliários urbanos listados acima (itens de alto valor agregado).
  • Paisagismo (mudas, terra, irrigação).
  • Contingenciamento e impostos.

Sobre o custo-benefício (aspecto crítico para Lauro de Freitas)

Aqui reside a lição mais importante para Lauro de Freitas. O custo, embora alto, gerou um retorno multifacetado:

BENEFÍCIOS TANGÍVEIS:

  • Valorização Imobiliária: Estima-se que imóveis no entorno da orla de Maceió tenham se valorizado entre 20% e 40% após a revitalização. Isso gera maior arrecadação de IPTU para a prefeitura, pagando a longo prazo o investimento feito.
  • Geração de Renda e Empregos: A organização dos quiosques e o aumento do fluxo de pessoas movimentam o comércio local, gerando empregos formais e informais.
  • Atração Turística: O local tornou-se um ponto obrigatório para turistas, prolongando sua estadia e aumentando o gasto médio na cidade.

BENEFÍCIOS INTANGÍVEIS (mas cruciais):

  • Saúde Pública: Incentivo à atividade física, reduzindo custos futuros com saúde.
  • Coesão Social: Espaço de convivência para todas as classes sociais e idades, melhorando a qualidade de vida.
  • Identidade e Orgulho da Cidade: A população ganha um espaço de que pode se orgulhar, o que reduz casos de depredação e incentiva a conservação.
  • Drenagem Eficiente: Redução de alagamentos e problemas crônicos na via, gerando economia com manutenção corretiva.

Sobre a aplicação em Buraquinho, Vilas do Atlântico e Ipitanga

  1. Faseamento: Não tentar fazer tudo de uma vez. Priorizar um trecho-piloto (ex.: uma área central de Buraquinho) para testar o projeto e gerar engajamento da população.
  2. Adaptação local: O projeto de Maceió não deve ser copiado, mas adaptado. A orla de Lauro de Freitas tem características próprias (topografia, vegetação, cultura). Um estudo técnico detalhado será indispensável.
  3. Escolha de materiais: Optar por materiais duráveis e de baixa manutenção (como madeira plástica, concreto armado e LED) é mais caro na frente, mas muito mais econômico em um prazo de 5 a 10 anos, reduzindo custos com reposição e consertos.
  4. Gestão pós-obra: Planejar desde já a manutenção. De nada adianta uma obra milionária se não houver verba e equipe para conservação, limpeza e segurança.
  5. Participação popular: Envolver a comunidade no processo de decisão garante que o espaço atenda às reais necessidades dos usuários e cria um senso de “dono do espaço”, fundamental para sua preservação.
  6. Parcerias público-privadas (PPPs): Para viabilizar financeiramente, é possível buscar parcerias para a exploração comercial de quiosques e espaços de alimentação, onde a iniciativa privada investe na construção e opera o espaço, pagando uma concessão à prefeitura.

A nossa sugestão é extremamente pertinente. A orla de Maceió serve como um benchmark de excelência em urbanismo. O investimento inicial é significativo (na casa de dezenas de milhões), mas o custo-benefício é amplamente positivo, transcendendo em muito a obra física ao gerar valor econômico, social e ambiental para a cidade.

Queremos o melhor para Lauro de Freitas e nossa sugestão é clara: investir em um projeto de qualidade, com materiais duráveis e um desenho urbano que priorize as pessoas, não é um gasto, mas um investimento inteligente no futuro da cidade, com retorno garantido na valorização do entorno, no turismo e, principalmente, na qualidade de vida de seus cidadãos. O primeiro passo é a elaboração de um projeto executivo detalhado que quantifique com precisão o investimento necessário para a realidade local. Estamos sempre à disposição para ajudar a transformar nossa cidade em um lugar melhor para se viver e atrair investimentos.

Mauro Cardim

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